sábado, 8 de maio de 2010

"Eu não preciso disso"


Eu não preciso disso.
Não preciso de paixões incandescentes
Não preciso de sentimentos lânguidos
De beijos ardentes.
Eu não preciso disso.

Não preciso de prazerosas conversas
Não preciso de grandes segredos revelados
De pequenas maldades sussurradas.
Eu, não preciso disso.

Não preciso de noturnos encontros furtivos
Não preciso de respirações sôfregas entrecortadas
De lúbricos prazeres.
Eu não, preciso disso.

Não preciso de namoros de portão
Não preciso passear de mãos dadas ao sol de fim de tarde
De legendas estrangeiras em filmes mudos
Que dizem “ Je vouz adore” e algo mais.
Eu não preciso, disso.

Não preciso disso.
(...)
Preciso, disso, tudo.
Tento, despudoradamente, me enganar alteando “não”
Quando tudo em mim grita por sim.
Aquilo de que não preciso
É iludir-me entoando esse mantra

[Por Paulo Renault]

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