quarta-feira, 12 de maio de 2010

"Gentileza gera gentileza"

Nestes tempos de muita preocupação consigo mesmo, e de pouco tempo para o outro, de tempos "sem-tempo", quero chamar a atenção para uma virtude que anda meio esquecida: a gentileza.
Gentileza que não quer dizer fraqueza, nem é virtude só para mulheres.
Gentileza que significa cortesia, amabilidade, bom tratamento.
Tem um poder muito grande e tem relação direta com a inteligência bem como denota elevação espiritual.
Muitos se desculpam dizendo "não tenho tempo para estas coisas". Porém, sempre é tempo para uma palavra de amizade, para um telefonema cordial, para um sorriso de afeto, dirigido mesmo àqueles que parecem endurecidos e impermeáveis às boas maneiras.
A gentileza depende do hábito. Comece hoje a cultivá-la. Há muitas maneiras de adquirir esse hábito mas precisa ter disciplina e força de vontade.
Pode-se ser gentil com os superiores, mas é muito mais difícil ser gentil com os subalternos ou com os familiares e amigos próximos, justamente aqueles com quem acabamos relaxando nas regras da conduta sadia.
Pode-se ser gentil no trânsito, em casa, no trabalho, em todos os lugares.
Cada vez é mais raro ver-se, por exemplo, uma pessoa que dê lugar a outra, dentro de um ônibus lotado. Ou numa fila. Não falo aqui de obedecer a sua vez na fila, mas de dar a vez para outra pessoa que pareça mais aflita ou necessitada.
Cada vez é mais raro ver as pessoas ajudando outras a carregar sacolas, a levantar objetos caídos, a ajudar um idoso a atravessar a rua, ou a empurrar um carro que não pega.
As pessoas alegam que não têm tempo, mas na verdade o tempo somos nós que fazemos. Quantos passam horas à frente dos jornais e das novelas e alegam não ter tempo para agradecer uma carta, um e-mail, um convite ou um favor recebido.
"Muito obrigado!", "por favor", "está ótimo o seu café", "bom dia", "boa tarde", "desculpe", são expressões que estão se ouvindo cada vez menos.
Nosso teste permanente é com os familiares. No tom de voz, no tempo que lhes damos, nas pequenas atitudes para com um companheiro, seja oferecendo-se um dia para fazer uma tarefa, para buscar em algum lugar, ou surpreendê-lo com um café na cama.
Nosso exemplo é seguido pelos filhos. Tem coisas que ensinamos a eles através dos nossos atos, não adianta falar. Não podemos chamar-lhes a atenção por tratar rispidamente alguém se nós próprios não os ensinamos, pelo exemplo, a respeitar e a pedir "por favor' às pessoas.
Na rua, outra maneira de demonstrarmos nossa gentileza é a forma como tratamos o pedinte. Mesmo que não possamos lhe dar nada, o importante é tratá-lo como ser humano, sem diminuir-lhe ainda mais a sua dignidade. Se não pudermos orientá-lo ou ajudá-lo, pelo menos vamos vibrar positivamente, em silêncio, certos de que o nosso pensamento poderá suavizar sua energia.
A gentileza tem um pouco de renúncia e muito a ver com a generosidade, e esta é irmã da caridade, por isso que quanto mais elevada espiritualmente uma pessoa, mais gentil ela é.

"O primeiro degrau do Paraíso chama-se gentileza"
[Espírito Meimei]

Virtude que pertence à família do AMOR, é também a chave que abre as portas do sucesso, porque não há coração mais duro que a gentileza não consiga desarmar, nem situação mais desfavorável que não consiga reverter.
A pessoa gentil tem paciência no ouvir as pessoas, mesmo aquelas cuja conversa parece não trazer nada de útil. Segundo Chico Xavier, às vezes é preciso peneirar muito cascalho para se obter uma grama de ouro. Mas em toda conversa sempre há alguma coisa que se aproveite...
Por isso, o sinal de inteligência: a pessoa que ouve, aumenta o número dos seus conhecimentos. Só por aí já se vê quanto ganho temos por ouvir mais...
Engana-se quem pensa que a gentileza é própria da mulher. O ser humano precisa progredir em tudo e por isso a gentileza têm vez em qualquer pessoa e em qualquer lugar.
Um exemplo grandioso de gentileza vemos em Chico Xavier. Ele, com sua infinita paciência e humildade, sempre atendendo a todos, sem jamais demonstrar contrariedade ou cansaço, é o apóstolo da caridade.
E quando a pessoa adquire o hábito da gentileza, esse proceder se torna uma segunda natureza. Ela assim age porque se sente bem. Não o faz para se sentir virtuosa ou para que os outros a admirem, até porque `a virtude desconhece a si mesma' e, segundo o Padre Vieira, "o prêmio das boas ações é praticá-las".
Ainda que você não acredite em tudo o que pode a gentileza, ainda que ache que tudo isso é exagero, é futilidade, se você for gentil, estará se presenteando a si mesmo, porque tornará sua vida bem mais prazeirosa. E viver de bem com a gente mesmo já é um grande passo para viver de bem com toda a Humanidade!
=)

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