segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Cavalheirismo? Yes, please!

O cavalheirismo morreu??
Espero que não! Mas confesso que encontrar isso nos nascidos após anos 80 tá bem complicado!
Quem é que não gosta de ser bem tratada?? Se o mundo foi invadido por uma onda de piriguetchysmo, creio eu que as grandes culpadas foram as mulheres que se deixaram tratar como lixo. Tô errada??
Os homens nos tratam como permitimos, oras…
Em meus pensamentos, acredito que existam três tipos de homens: os grosseiros, os falsos cavalheiros com segundas intenções e os verdadeiros cavalheiros.
Eventualmente um grosso se comporta bem (meio raro, but...) mas um verdadeiro cavalheiro jamais será um grosso. A diferença entre eles se resume a duas palavras: classe e educação. E, cá entre nós, as mulheres descentes preferem um exemplar de pedigree quando se trata de bons modos masculinos.
Homens e mulheres são diferentes sim, mas isso não quer dizer que um não possa fazer tudo que o outro faz, exceto o que as diferenças biológicas do gênero impedem, é claro. Mas de resto tudo que um homem faz, a mulher pode fazer e tudo que uma mulher faz, um homem pode fazer. Tudinho!
Tem muita gente que ainda não se tocou disso. Tanto algumas mulheres como alguns homens ainda acham que há diferenças nas capacidades quanto ao gênero.
E às vezes para demonstrar que certas mulheres são capazes de fazer coisas que antigamente só homens faziam, elas se comportam com modos de homens. A mesma coisa acontece com homens fazendo coisas de mulheres, ficam feminilizados demais.
Penso que na medida que cada um sabe de suas capacidades e potencialidades, ela ou ele as realiza de forma de acordo com seu jeito próprio. Não estereotipado, caricaturado. O jeito da pessoa. Tranquila consigo mesma. Sendo mulher ou homem e exercendo sua feminilidade ou masculinidade sem travas, medos ou preconceitos.
Por isso que eu, como mulher, gosto de homens cavalheiros.
Eu sei que eu posso fazer tudo que um homem faz. Estou tranquila com isso. Na falta de um homem eu me viro muito bem: pago o restaurante, abro a porta do carro, carrego pesos, arrumo o carro, conserto coisas, prego quadros, troco lâmpadas, dirijo o carro, levo carro em mecânico, auto elétrico, uso a furadeira, cavo buracos, resolvo problemas com bêbados, me defendo na rua, falo grosso e muitas coisas mais. Posso dizer que sou mais homem que a maioria dos homens que já conheci. E, ao mesmo tempo, sou bem mulher, bem feminina.
Eu não tenho que provar nada disso para ninguém. Eu já sei disso. Eu faço tudo isso quando necessário.
E os homens? Como ficam eles ao se relacionarem com mulheres tão completas?
Da mesma forma que nós ficaríamos ao nos relacionarmos com homens completos que não precisariam de nós.
Aí entra o Cavalheirismo. Atitudes e gestos sociais de gentileza e respeito de homens para mulheres, quando homens podem ser homens e mulheres podem ser mulheres na boa.
Então que tal exercer essas diferenças de forma saudável no dia a dia?
O homem sendo cavalheiro expressa o que ele tem de melhor na sua masculinidade. E a mulher aceitando esta diferença não está sendo diminuída, está sendo mulher.
Minha visão soou meio antiquada?
Bem, essa é a minha opinião...
Um cavalheiro te convida para tomar um café, ir no cinema, sair pra jantar. Programas à luz do dia. Ou que iniciem cedo. Ele não fará convites de madrugada ou quando estiver bêbado. Nem terá a cara de pau de fazer insinuações sexuais aleatórias caso não exista intimidade máxima para isso.
Um cavalheiro… não ficará babando em outras mulheres quando estiver com você. Você será o foco da atenção dele do início ao fim do encontro. Existe algo mais desagradável do que sair com alguém e ficar em segundo plano??
Um cavalheiro… não falará sobre a conta bancária alheia nem sobre a própria. Há algo mais tedioso do que falar sobre dinheiro? É o tipo do assunto que deve ser deixado para o gerente do banco. Ele jamais fará perguntas insanas como ‘quanto você ganha?’, ‘quanto você tem na poupança?’ e afins. Na hora de pagar a conta, ou ele pagará sem que você note, ou dividirá meio a meio – não, um cavalheiro não paga exatamente aquilo que consumiu nem briga por centavos. E também não se gaba a respeito das suas posses.
Um cavalheiro… te apresenta adequadamente aos amigos quando vocês estão juntos e encontram alguém. Não, ele não tem obrigação de dar algum detalhe constrangedor, como ‘essa é a fulana minha ficante/amiga/situação indefinida’. Mas encontrará uma maneira de apresentá-la e fazê-la se sentir querida, especial.
Um cavalheiro… não te chama de princesa, gatinha, amada, mimosa e derivados. Seus pais se deram ao trabalho de escolher um nome para você, não??
Um cavalheiro… abre a porta do carro, oferece o casaco se estiver frio, puxa a cadeira para você sentar, espera você sair primeiro do elevador ou entrar primeiro em qualquer lugar, te conduz – aliás, a melhor parte de estar ao lado de um cavalheiro é ser lindamente conduzida ao entrar nos lugares, com aquela mãozinha estrategicamente posicionada no seu ombro ou cintura.
Um cavalheiro… prestará atenção em você. Ouvirá o que você diz com atenção. E, se disser que vai ligar, é porque vai. Ele liga, se preocupa e se faz presente. Não faz joguinhos.
Um cavalheiro… faz elogios interessantes. Nota pequenos detalhes. Admira a sua inteligência. Ele não irá chamá-la de ‘gostosa’ ou ‘tá linda’. Esses mocinhos em extinção são capazes de muito mais que isso.
Um cavalheiro… vai tratá-la como uma dama. Se você se comportar como uma, é claro.
Um cavalheiro… sabe diferenciar uma mulher de fundamento de uma vazia. Ou, melhor dizendo, uma mulher pra casar de uma pra passar apenas uma noite. Todas as mulheres se consideram pra casar. Fato. Mas as que têm comportamentos não condizentes com este achismo precisam reavaliar os mesmos. Ações valem mais do que palavras. MUITO mais.
No fim das contas, acho que a prova final do cavalheirismo é bem simples. Vocês ficam. E, mesmo que tenha sido horrível, que o santo não tenha batido, que o beijo tenha sido uma catástrofe e tudo-o-más, o verdadeiro cavalheiro seguirá sendo educadíssimo. Vai telefonar ou mandar um torpedo perguntando se você chegou bem em casa – no mínimo. E vai dizer, com toda a sinceridade do mundo, que foi uma pena não ter dado certo. Já os grossos tomam chá de sumiço com toda a imaturidade que lhes é peculiar.
Eu gosto quando abrem a porta do carro para mim. Eu gosto quando carregam meus pacotes. Eu gosto quando andam do lado de fora da rua. Eu gosto quando pagam a conta do jantar. Eu gosto quando colocam a blusa em meus ombros para eu não passar frio. Eu gosto que me dêem passagem primeiro na porta e abram a porta para mim. Eu gosto que me dêem o braço quando eu estiver com um salto muito alto num piso ruim de andar. Eu gosto de ser tratada como uma dama, uma princesa, como uma rainha.
E isso não vale apenas para os homens que nos relacionamos como irmão, amigo, namorado, marido, etc. Vale para qualquer homem. Para aquele que dá lugar para sentar. Para aquele que ajudou a trocar pneu na rua. Para o que segurou a porta do elevador.
Viva o cavalheirismo!

Um comentário:

  1. Excelente cecilia! hj postei uma nota no FB, mas dando enfase ao "quem paga a conta"... logo dps fui ler mais e achei esse.. Acho que somos poucas ainda a moda antiga... e especiais =)
    abçs

    Juliana de Moraes.

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