segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sou...

... rio que corre manso e sereno
Perde-se em ciclo num mar bravio
De sonhos em versos reeditados
Que acarinham meus bichos no cio
Sou fogo predador, fêmea visceral

Sei me portar aonde for
Sei tecer intimidade com a solidão
Sei ser doce, sei ser fogo
Sei o meu lugar
Sou clareira constantemente aberta
Sou clareira constantemente acesa
Não sou para qualquer um
Tem que haver algo mais, algo especial
Conexão que só a alma explica
Muito mais que um desejo
Alma presa nos versos e na canção
Acovardo-me às vezes diante do nada
Se recuo e avanço é pra me proteger
Visto-me de festa, inauguro guardados
Num olhar de mormaço posso me perder
Só quando quero me perder
É na luz do luar que tudo aflora
Madrugada indecifrável, lampejos
Aí sou rio que sem represas flui livre
Guardiã destemida dos próprios anseios e desejos.
Sou mais do que o seu olho pode ver...

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