sábado, 27 de março de 2010

Vazio, a nova doença social?

Estava eu sentada no Mc D'onalds com minha filha, observava sua ingenuidade quando brincava, e por um momento olhei ao meu redor e me chamou atenção um grupo de seis garotas que deveriam ter 15, 16 anos... Como mãe, comecei a prestar atenção no papo e ouvi comentários do tipo que: "transavam com vários", "beijavam diversos", "qualquer coisa tem a pílula do dia seguinte" e demais comentários que não dá nem para mencionar aqui. E por incrível que pareça, todas as meninas eram muito bonitas, de família, mãe nenhuma desconfiaria que sua filhinha linda, a princesinha de seu lar, estaria já vivendo experiências desse mundo de uma forma tão libertina, com pensamentos tão desviados.
Após me recuperar do que ouvi da conversa alheia, fiquei pensando: O que reserva esse mundo para a minha filha? Tão pequena, doce, pura... Não sei se terei coragem de deixar minha filha "ir tomar um lanche" com as amigas no Mc D'onalds, quando adolescente, toda vez que me lembrar desse momento.
Percebo que faço papel de palhaça, cada vez que escuto pessoas que dizem que saem por ai fazendo sexo com outras sem um sentimento, como se pudessem separar o corpo (o prazer), da alma (sentimento), como se fosse algo absolutamente normal... Pode ser para outros, para mim não é, nunca foi e nunca será.
Observo relações superficiais, efêmeras, muito mais sexuais que afetivas (sim, aqui eu posso separar uma da outra dessa forma). O prazer é transgredir. E a maioria dessas pessoas não é sociopata não. Converso com as pessoas e observo que elas tem um vazio angustiante dentro de si, o qual busca ser tapado na busca incessante de prazer (acreditem! não vão!!!). Acredito que o número crescente de adictos (drogados) explica-se em parte por isso.
O vazio é a nova doença social. Ou apenas as pessoas trocaram de ideais? (ou eles morreram de vez?). Será que estão confundindo feminismo com libertinagem? Isso seria "se mostrar mais mulher" aos olhos dos adolescentes "perdidos" nesse mundo? O pior!! não são só adolescentes... que estão passando por sua fase se afirmação para a sociedade, não são só mulheres. São pessoas de todas as idades e de ambos os sexos!

Se um dia o superego prevaleceu, como há dois séculos atrás, na época em que Freud existiu, por exemplo, em que a sociedade era repressora e farta de leis; hoje andamos no sentido contrário.
Ainda há pouco tempo atrás, era incutido um ideal de amor eterno, de propaganda de margarina - família feliz, com papai, mamãe, filhos, cachorro, todos fazendo refeição juntos e sorridentes e comendo bolachas com a tal margarina. Até hoje vemos alguns casais vivendo assim. Esse ideal ainda está vivo em muitos de nós (pelo menos dentro de mim!).
Observe as redes sociais, a comunidadade do orkut "Quero um amor pra vida toda" tem mais de quatro milhões de pessoas!! Te diz alguma coisa?
"Adoro um amor inventado..." ou "O teu amor é uma mentira, que a minha vaidade quer". (Cazuza), entretanto, sintetizam bem o que a maioria das pessoas vivenciam hoje... Querendo ou não.
Quanto a mim... não consigo e não vou me adaptar a esse estilo de viver. Isso não é para mim. E minha filha receberá a mesma educação que eu tive: A de esperar o momento certo pra tudo, a de se entregar a quem se ama por completo, e sim, acreditar no amor pois vale a pena! Pareço tola, ingênua, aos olhos de pessoas assim, mas eu prefiro me resguardar, pois tenho plena convicção de que tudo que é feito com amor, que se é vivido por amor, preenche todo o nosso ser, nos completa de tal forma que não precisamos de mais nada. Coisa que prazer carnal nenhum há de superar.
Sim, essa sou eu... uma romântica convicta a moda antiga.

Um comentário:

  1. Noosaa Parabéns! concordo plenamente com suas ideias, vivemos numa sociedade doentia e cada vez mais as pessoas se apegam aos custumes!

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